Por Fabio Ramos
À revelia de qualquer
Jurisdição ou autoridade
As raízes da árvore
Destruíram a calçada;
Afetando parte
Da via pública
Por obstruir
Os raios solares
E absorver
A água da chuva
Se julgam no direito
De interromper o caminho
Do pedestre;
Impedindo que cachorros
Demarquem território
Em seu tronco
E defequem ao redor
– Ora essa
Onde já se viu!
Estava ali
Quando nascemos
Entrelaçando suas veias
De madeira
Na terra vermelha
Com o adensamento urbano
As construções circundantes
Relegaram um espaço ínfimo
À sua insignificância;
Mas as raízes não se limitaram
Ao quadrado delimitado
[Elas são primas
Da grama que brota
Do concreto fervente]
Se a tesoura de jardinagem
Não consegue resolver
A questão
O machado do Assis
Resolverá
Exibindo suas raízes
Descomunais
A árvore parece afrontar
Arquitetos paisagistas
Corretores
Os senhores do “progresso”
A quem devemos subserviência
Que esses senhores nos sejam a motivação para preservar o pouco do muito que há de se fazer e cultivar. Adorei, Fábio, parabéns, beijos.
ResponderExcluirAs raízes das árvores agradecem... Obrigado, Dani! Beijos.
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