domingo, 15 de dezembro de 2013

sábado, 14 de dezembro de 2013

Duelo

Por Meriam Lazaro
 
 
Imagem: J. Victtor


                                               Sacou da pena um poeta.
                                               Glorioso trovador.
                                               Quis mostrar, o bom esteta,
                                               da palavra, o valor!

                                               Já o internauta moderno
                                               frente à tela digitou:
                                               - Nem que seja no inferno
                                               vou deletar Seu Doutor!

                                               Pediu "calma, meus amigos",
                                               o bondoso mediador,
                                               que diante do perigo
                                               sacou da arma e atirou.

                                               Estava dada a largada,
                                               que a inspiração atiçou.
                                               Risca-amassa-som de pausa...
                                               no cesto, a bola acertou.

                                               - Já me roubaram uma hora -
                                               disse o outro gladiador.
                                               - Verão o que eu faço agora!
                                               Foi ao Google e pesquisou.

                                               Logo o sol trouxe outro dia,
                                               mas não havia leitor!!
                                               Na terra da fantasia
                                               todo mundo é escritor.

                                               Assim findou o duelo,
                                               sem que houvesse ganhador.
                                               Nenhum poema sincero
                                               nasceu do computador.

                                               Palavras tolas, amáveis.
                                               Da rima tiveram dó.
                                               Versos brancos, descartáveis,
                                               fizeram da letra pó!

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Feliz Ano Novo

Por Mayanna Velame
 
 


Eu estou chegando. Daqui a pouco estarei com você. Espero que me receba com muito carinho e dedicação. Durante o tempo que estarei contigo, torço para que sejam os teus melhores momentos. Juntos, faremos de tudo. Vamos retirar as ofensas diárias, aprendizados para conhecermos o verdadeiro sentido do perdão.

Desejo que você cresça, apareça e se exiba. Quero que você aprenda a dançar todos os ritmos – mesmo com passos desajeitados e sem sentido. Agradeça ao Sol, iluminando teu jardim e fornecendo calor. Agradeça à chuva, que batiza a cidade e seus prédios.

Aprenda a sorrir mais. Um sorriso é capaz de mudar o dia de qualquer pessoa. Não envie SMS, WhatsApp, e-mail ou tantos outros recursos frios e sem expressão. Telefone? É tão bom ouvir o “alô” de quem gostamos.

Abrace, aperte mãos, seja solidário, educado, prestativo, atencioso. Ame, ame muito. Diga sempre “Eu te amo” para aqueles que são importantes em sua vida. Não suprima os bons sentimentos que residem em você.

Quando encontrar contigo, espero te ver ousado e corajoso. Arrisque, sem medo de escalar as montanhas que levam ao topo de seus sonhos. Acredite. Não tenha receio de experimentar o desconhecido.

E nas horas em que a realidade for ferina e desesperadora, leia alguns livros, contos, romances, poemas. Assista a filmes. A ficção é um bom refúgio para aliviar nosso tédio diário.

Escute boas músicas, pondere suas atitudes. Selecione as palavras. Elas possuem o poder de alegrar (ou magoar) o coração de alguém.

Meu amigo, estou bem perto de bater à sua porta. Receba-me com gozo. Faça de mim o teu melhor ano. Com muito prazer, eu me apresento... Sou 2014. Desejo-te um Feliz Ano Novo!

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

O visitante furtivo

Por Amilcar Neves*

 

A bem da verdade, ninguém acredita muito nas histórias do Manoel Osório, tantas ele já aprontou. Agora, por exemplo, ele retoma uma fase animal, que abandonara para se dedicar à contemplação das admiráveis pernas da Mônica, vizinha de bairro casada com o amigo Eduardo, casamento, aliás, que vem fazendo água faz tempo, prenunciando uma separação de tetos não consumada de fato apenas pelos custos abusivos envolvidos nos trâmites judiciais do divórcio e nas despesas com a duplicação de residências. Como moram em uma casa grande e espaçosa de dois pisos com entradas (e saídas) independentes, concluíram que ficava mais barato darem um tempo lado a lado, sem necessidade de se esbarrarem pelos corredores, compartilhando apenas a piscina e pouca coisa mais.

Nessa pouca coisa mais inclui-se a amizade que Manoel Osório devota ao jovem casal, afeto plenamente correspondido e retribuído por ambos, em conjunto ou isoladamente.

No tocante a etapas da vida, há também, da parte de Manoel Osório, e meio como uma imposição da tradição familiar, sua fase acadêmica. Como se sabe à exaustão, todos os Osórios e todas as Osórias, sem exceção, formam-se em Direito, pouco importando a faculdade de onde venham a extrair o diploma nem o que planejem e venham a fazer ao longo da vida. Osórios presidentes de hospital em alguma pequena cidade do Sul catarinense serão bacharéis em Direito, Osórias bispas neoevangélicas pentecostais de alguma Igreja incipiente na Região haverão de ter completado o seu curso de advocacia, sem que haja necessidade de levar o processo a cabo, isto é, nenhum Osório estará jamais obrigado a prestar o exame da Ordem e obter o registro profissional que habilite ao exercício legal da atividade dos advogados: o importante, o essencial, é, de uma forma ou de outra, cumprir o currículo formal.

Manoel Osório, assim, passa por essa fase, necessária acima das demais, há muitos e muitos anos, experimentando até o fim um sem-fim de cursos de Direito que existem por toda parte. Pretende tornar-se um especialista neles.

Certa ocasião, durante a primeira eclosão da sua fase animal, depois suspensa, ele costumava contar que viu, "com estes olhos que a terra há de comer", como dizia, um jovem e fogoso touro literalmente trepar na vasta dianteira de um flamanteMaverick vermelho que um vizinho estacionara em frente à casa na hora do almoço (naquele tempo, ele assegura, ao meio-dia as pessoas costumavam almoçar em casa). O bezerrão atirou-se ao capô do motor do carro com tanto ímpeto e entusiasmo que deu com as fuças no parabrisa dianteiro - e depois foi deslizando lentamente, respirando felicidade e gozo, até pôr-se de patas no chão, os cascos deixando sulcos foscos no brilho impecável da pintura automotiva.

Verdade que nunca ninguém acreditou a valer nessa história de boi libidinoso, apesar de ele garantir que o bairro à época era novo e desocupado, um pasto para o gado num loteamento implantado praticamente na zona ainda rural da Ilha.

Agora, retorna ele com nova fase zoológica:

- Toda noite, e jamais antes da meia-noite, ouço passos furtivos e um surdo bufar meio raivoso. Depois, um barulhão enorme e o cesto de lixo vai ao chão, espalhafatoso. Corro à rua precavido para ver, e vejo, olhando para mim, fungando com desdém numa boca em bico plena de dentes ferozes e afiados, ele me olhando e eu olhando-o com igual desprezo e temor, um furioso gambá em busca de alimento. Perdoo-o por isto e ele então foge desabalado.

* Crônica publicada no jornal "Diário Catarinense" de 04.12.13

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Fazendo como Fidel

Por Fabio Ramos
 
 


se for
esquerdista
 
(passa fogo nele)
 
se for
um
marionete
revolucionário
 
(passa fogo nele)
 
se falar
em
neoliberalismo
 
(passa fogo nele)
 
se
mencionar
luta de classes
racismo
homofobia
e
opressão
familiar
 
(passa fogo nele)
 
se filiar
ao partido visando
ascenção social
 
(passa fogo nele)
 
se for
militante pago
 
(passa fogo nele)
 
se
enriquecer
com a
corrupção
e ter orgulho
disso
 
(passa fogo nele)
 
se for
anticristão
mas
exaltar um salvador
com língua
presa e
nove dedos na
mão
 
(passa fogo nele)
 
se reivindicar
privilégios às custas
do estado
 
(passa fogo nele)
 
se repetir
sem questionar
os chavões comunistas
de sempre
 
(passa fogo nele)
 
se falar
em socialismo
democrático
 
(passa fogo nele)
 
se adular
assassinos psicopatas
terroristas e
caudilhos
 
(passa fogo nele)
 
se
tiver
preguiça
ressentimento
e inveja
 
(passa fogo nele)
 
se sair às
ruas
com touca preta
no rosto
 
(passa fogo nele)
 
se viver
na
república
estudantil com os
companheiros
 
(passa fogo nele)
 
se frequentar
a fflch
 
(passa fogo nele)
 
se odiar
o capitalismo
mas tiver
um
smartphone
no bolso
 
(passa fogo nele)
 
se sofrer
de coitadismo
 
(passa fogo nele)
 
se
autoproclamar
vítima
da
sociedade
 
(passa fogo nele)
 
se falar
em nome do
coletivo
 
(passa fogo nele)
 
se
rechaçar
a ditadura militar
no brasil
mas
venerar
a
ditadura
cubana
 
(passa fogo nele)
 
se investir
contra
qualquer um
que
ameace seu
projeto de poder
 
(passa fogo nele)
 
se
cultuar
a foice
e o
martelo
 
(passa fogo nele)
(por favor)
 

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Outra Receita

Por Denise Fernandes
 
 
 
 
Quando não sei o que fazer, faço um bolo. Conclusão: muitos bolos já fiz. Outra receita: bolo cuca, típico do sul do país. Duas xícaras de farinha de trigo, uma xícara de açúcar, meia xícara de óleo, três quartos de xícara de leite, dois ovos. Bata todos esses ingredientes até obter uma massa cremosa. Enquanto bate a massa, pense em coisas boas. Coloque uma colher de chá de fermento em pó químico. Despeje numa forma untada, de trinta centímetros por vinte e dois centímetros ou equivalente.
 

Por cima da massa você pode colocar banana fatiada ou maçã fatiada. Em cima da fruta e da massa vai a farofa, que é o diferencial da receita: cinco colheres de farinha de trigo, cinco colheres de açúcar, canela; coloque três ou quatro colheres de manteiga e amasse com a mão até formar um farelo. Coloque esse farelo em cima do bolo e coloque para assar. Um cheiro danado de bom vem desse bolo assando. Fiquei de dar essa receita para a Valéria. Para que serve uma receita nova, um ano novo, um novo Natal? Para eu engordar comendo panetone e outros quitutes. E os sonhos novos? O que farei com eles?
 

Dentro do tempo, presa no tempo, tento quase mandar nos meus pensamentos. Poemas, ventos, lembranças que não sei se desejo. Passa o tempo e como passa, consigo aprisionar alguns momentos. Presos nos meus cadernos, nas memórias compartilhadas, no som de nossas risadas, nos fios de cabelo rolando pelo chão.
 

Não temo o mal de Alzheimer, mas esquecer sem motivo. Não quero estar oca; ainda que o meu amor seja mais meu que de todo mundo; mesmo esperando o infinito diante do abismo; e tendo tentado praticar meditação no ônibus lotado.
 

Os dias que eu entendo, não faço bolo, não faço nada de diferente. A minha gata mia menos nesses dias, minha cachorra dorme mais.
 

Minha cabeça quer pensar menos, mas nem sempre é possível. Minha cabeça quer sentir menos e isso parece ainda mais impossível. Mas podemos olhar, olhar os desejos como frutos dessas árvores que nos tornamos.
 

E meu carinho tão presente, continuará onde está, sem tempo, chão onde pisamos, mais verdade que outras verdades.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

aura do tempo

Por Ana Paula Perissé
 

Imagem: "Mind Flower", de Naota Hattori


                                              nada
                                              diante de chão
                                              é tanto.


                                              (imensidão
                                              de ladrilhos
                                              rosnam
                                              brisa
                                              auraciada de tempo)


                                              ventura insana
                                              de te querer
                                              quase,


                                              com'tempo ou dúvida.


domingo, 8 de dezembro de 2013

sábado, 7 de dezembro de 2013

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Uma Estrela de Presente

Por Mayanna Velame
 
 
 

Recentemente, numa tarde cálida, após o banho demorado, resolvi assistir a um pouco de televisão. E passeando pelos canais, deparei-me várias vezes com propagandas voltadas para o Natal. Houve anúncios para todos os gostos, idades e gêneros. Produtos de toda proveniência: colônias, carros, brinquedos, panetones e perus (meus favoritos).

Após ser bombardeada pelos comerciais, finalmente os dedos clicaram no canal de uma emissora independente; dessas que não se importam com a guerra da audiência. No ar, uma matéria exibia a montagem da árvore de natal na Lagoa Rodrigo de Freitas. Não sei o motivo, mas aquela reportagem me comoveu. Havia, na Cidade Maravilhosa, um garotinho com o desejo de possuir uma árvore em casa. Ele não podia tê-la e isso o deixava tétrico, desiludido. O tempo se rompeu, o garotinho tornou-se engenheiro (quer dizer, não apenas um engenheiro, mas o engenheiro-chefe que coordena a montagem da gigantesca árvore da Lagoa).

Quando ouvi seu relato, meu coração pulsou ligeiro. O sonho do garoto era mais colossal do que ele poderia imaginar. Foi assim que ponderei sobre a situação daqueles três reis magos que a Bíblia cita. Eles enfrentam Herodes, encontram Jesus e lhe entregam mirra, incenso e ouro. E só chegam ao Salvador graças à estrela que os guia até o fim da jornada.

Creio que este engenheiro também tinha uma estrela guia. Em nenhum instante ela o abandonou e talvez – nos momentos de nuvens ruborizadas – sua luz tenha se ofuscado, mas não apagado em definitivo.

Acredito que cada um de nós possui uma estrela. Portanto, olhe para o céu, porque ela cintila para você agora.

Certamente vou escrever uma carta para o Papai Noel. Não pedirei uma carona em seu trenó. Sei que ele é um sujeito muito ocupado, afinal, é o garoto-propaganda mais cortejado nesta época do ano.
 
Porém, já sei qual será o meu presente de natal: quero uma estrela guia também. E quem sabe ela mostre o caminho para realizar os desejos mais pueris.
 

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Biografia​s que estão faltando

Por Amilcar Neves*


Há um livro sobre notória figura pública brasileira, cujo nome batiza praças, ruas, rodovias, bibliotecas e cidades, em que o coordenador da obra refere-se assim ao protagonista:
 
"Enfrentou duras situações na controvérsia e confrontações que se estabeleceram por ocasião da montante de subversão da esquerda que inundou o País nos anos de 1963 e começo de 1964, cuja gravidade maior estava na conivência do Governo de então com este processo que visava a conquista do poder através da estratégia da guerra revolucionária. Procurava-se confundir legalidade e direito, na sua meta de implantar no Brasil uma república socialista (pseudossindicalista)." 
 
Tais palavras, que procuram acima de tudo justificar o rompimento arbitrário da ordem legal e a violação da Constituição Federal em nome de causa advogada por uma minoria, são de autoria do General Carlos de Meira Mattos, então membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no livro Castello Branco e a Revolução, de 1994, publicação nº 610 da Biblioteca do Exército Editora, volume nº 300 da "Coleção General Benício". A obra inscreve-se claramente na filiação das biografias autorizadas.
 
O General avalia que Castello, "nomeado Chefe do Estado-Maior do Exército, sentiu em cheio os perigos a que a Nação estava exposta, ante a extensão da infiltração subversiva", subversão essa que pretendia assegurar "a imobilidade conivente das Forças Armadas, em nome de uma pretensa vontade popular", e decidiu trair seu povo e seu chefe, o Presidente da República, apoiando o golpe. 
 
Até aí, tudo bem. O que intriga é a citação que o General faz de Luiz Vianna Filho, da Academia Brasileira de Letras, governador biônico da Bahia durante a ditadura e biógrafo oficial do primeiro ditador gerado por 1964:
 
"O próprio General Castello Branco, até então cingido a um estado de contenção, não só visando preservar o Exército, mas também conservar-se leal aos ideais democráticos da Constituição, reconheceu que a observância da legalidade conduzia ao comunismo."
 
O estranhamento é tanto maior quando se tem hoje a comprovação inequívoca, a partir de documentos oficiais dos EUA, de que a derrubada do governo constitucional brasileiro foi uma obsessão paranoica de Kennedy e Johnson, instigados por seu embaixador no Brasil, o funesto Lincoln Gordon, e que Castello já estava escolhido por eles muito antes do golpe. Como então um sujeito tido por inteligente, notório respeitador da ordem e da hierarquia, e até democrata, deixa-se envolver assim por uma maquinação que visa subverter o Brasil em benefício, não da União Soviética, mas dos Estados Unidos? Ou para ele faria diferença submeter a população e as riquezas nacionais aos interesses políticos e comerciais à direta ou à esquerda, ao invés de assegurar a independência do País? 
 
Uma biografia não autorizada - ou várias delas - do ingênuo Castello (pois não terá ele morrido na pobreza espartana, como seus sucessores da caserna?), esquadrinhando seus valores, sua vida e seu pensamento, é o que de melhor se poderá fazer para elucidar esse capítulo da vida nacional. Outras biografias do tipo nos revelarão, despidos da farda, os homens Costa e Silva, Médici, Geisel e Figueiredo e as motivações das atrocidades cometidas em seus períodos de comando ditatorial.
 
Em compensação, teremos também, para leitura e instrução, as biografias não autorizadas de Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula e Dilma. Assim é que se faz História - não com censuras.
* Crônica publicada no jornal "Diário Catarinense" de 27.11.13

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Filho de Pais Separados

Por Fabio Ramos
 
 
 
 
primeira
briga
 
desquite
 
2 casas
2 camas
1 filho para
disputar
 
almas
em
comunhão
(antes)
 
irritação na
voz
(agora)
 
garoto
cabo
de
força
no
meio
quer paz

domingo, 1 de dezembro de 2013

sábado, 30 de novembro de 2013

Vende-se

Por Meriam Lazaro
 
 
 
 
                           Um casarão na esquina do arvoredo.
                           Lá onde se cultiva cirandas e vinhedos.
                           Guarda, ainda, as cores das rosas, os cheiros
                           Do manacá, a semente de bonina, o ano inteiro!



                           Uma vivenda para velhos e infantes.
                           Quintal cheio de pernas e braços esvoaçantes,
                           Sombra do linho das roupas que havia nos varais.
                           O silêncio do pontilhão que na parede não ecoa mais.


                           Com ela são vendidas histórias inteiras.
                           Dona onça, saci, a viúva benzedeira...
                           Que eram à noite contadas à luz do lampião.
                           Casa branca, na memória, em estampa de algodão!