Por Mayanna Velame
Recentemente, numa tarde cálida, após o banho demorado, resolvi
assistir a um pouco de televisão. E passeando pelos canais, deparei-me várias
vezes com propagandas voltadas para o Natal. Houve anúncios para todos os gostos,
idades e gêneros. Produtos de toda proveniência: colônias, carros, brinquedos,
panetones e perus (meus favoritos).
Após ser bombardeada pelos comerciais, finalmente os dedos
clicaram no canal de uma emissora independente; dessas que não se importam com
a guerra da audiência. No ar, uma matéria exibia a montagem da árvore de natal
na Lagoa Rodrigo de Freitas. Não sei o motivo, mas aquela reportagem me comoveu.
Havia, na Cidade Maravilhosa, um garotinho com o desejo de possuir uma árvore em
casa. Ele não podia tê-la e isso o deixava tétrico, desiludido. O tempo se
rompeu, o garotinho tornou-se engenheiro (quer dizer, não apenas um engenheiro,
mas o engenheiro-chefe que coordena a montagem da gigantesca árvore da Lagoa).
Quando ouvi seu relato, meu coração pulsou ligeiro. O sonho do
garoto era mais colossal do que ele poderia imaginar. Foi assim que ponderei sobre
a situação daqueles três reis magos que a Bíblia cita. Eles enfrentam Herodes, encontram
Jesus e lhe entregam mirra, incenso e ouro. E só chegam ao Salvador graças à estrela
que os guia até o fim da jornada.
Creio que este engenheiro também tinha uma estrela guia. Em
nenhum instante ela o abandonou e talvez – nos momentos de nuvens ruborizadas –
sua luz tenha se ofuscado, mas não apagado em definitivo.
Acredito que cada um de nós possui uma estrela. Portanto,
olhe para o céu, porque ela cintila para você agora.
Certamente vou escrever uma carta para o Papai Noel. Não pedirei
uma carona em seu trenó. Sei que ele é um sujeito muito ocupado, afinal, é o
garoto-propaganda mais cortejado nesta época do ano.
Porém, já sei qual será o meu presente de natal: quero uma estrela guia também. E quem sabe ela mostre o caminho para realizar
os desejos mais pueris.
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