Por Denise Fernandes
Então, sou como um caminhão vazio, imortal, que navega pelas estradas.
Sem carga, sem frete, apenas um portão para o infinito.
Desejo de ir e vir como o Sol.
Sou uma greve comprida, que reivindica a felicidade.
Sou uma alegria com fome, um arco-íris raro enfeitando a paisagem.
Sou a lembrança de muitas estradas.
Sou um veículo, muitas rodas, uma existência sutil.
Vertical e horizontal também.
Levo a obrigação de uma saudade, que me encerra.
Não preciso de combustível.
Somente o ar me carrega, sobre a terra molhada, pelo meu suor.