sexta-feira, 12 de abril de 2013

Presente

Por Hugo Alves Souza


 
       Quisera ter vivido a magia de um amor de infância
       ter dedicado todo e cada dia do seu melhor a ela
       quem dera ter na memória a imagem dos dois pequenos
       sob a sombra acolhedora de uma árvore frondosa
       com brando sol iluminando as coisas simples
       que a vida pela natureza a todo tempo expõe
       aos olhos atentos dos corações sensíveis 

       Enfim a conheceu com avançada idade
       tempo oportuno do passado que trouxe-lhe entendimento
       desejou ter aprendido pelos conselhos experimentados
       a ser ele próprio o degustador do sabor de sua jornada
       mas consciente que estava entendeu as aulas a palmatória
       de simplicidade e paciência essenciais para ali estar
       e encontrar oportunidade no peito ferido e incansável dela 

       Acharam-se cheios como só quem preenche com amor pode ficar
       Viveram intensamente o presente como só quem vive cada segundo
       Das obrigações vãs se apartaram para que não lhes furtasse o tempo de amar
       Se viram envelhecer e sentiram a paz de quem é completo
       porque não eram rugas que notavam, mas rumavam a ser espírito
       Ela foi feliz como só quem sorri com os olhos pode realmente estar
       E ele o foi também como só quem sente por si pode afirmar 

       Insano que parecesse viajar a superfície intocável
       deu-lhes a dádiva grandiosa que apenas pelo Sublime se justifica
       os céus concederam que um voltasse ao passado
       Conheciam o desejo atemporal de suas almas
       certos que a sensibilidade os tocaria a qualquer tempo
       o sinal seria um passo do contemporâneo na direção do viajante
       e este, consciente do futuro daria dez passos pelo outro 

       Não havia o que dissesse ou fizesse para conquistá-la
       porque nunca seria ele a conseguir tal feito mesmo no futuro
       Acordou diante dela e reviveu o que sonhou como tivesse sido real
       Aproveitou os minutos que a teve perto e quis contar o que viu
       Mas era a moça ainda jovem e linda se descobrindo 
       Livre pra tornar a vida o que quisesse ser
       Quisera fosse ela
 

Analista de Sistemas de Informação, nascido em São Paulo,
tem como hobby a fotografia e escreve ocasionalmente

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