Por Valéria Lima
Desistir nem sempre é sinal de fraqueza.
Pelo contrário, é preciso muita coragem pra abrir mão daquilo e
daqueles que queremos.
Exige também sabedoria, pra reconhecer o momento certo de se dar
por vencido.
Por isso, hoje estou desistindo oficialmente de você. Ou será que
é de nós mesmo?
Só posso dizer que foi uma batalha que travei com as milhares de
pessoas que eu sou todos os dias. Batalha que me tomou o fôlego, que só hoje
recuperei pra dizer-lhe que estou desistindo de você agora.
Desisto mesmo.
Não porque cansei de tentar, por comodismo, ou por uma desculpa
qualquer que os leitores possam imaginar.
Mas porque a aula sobre “gente que fica em cima do muro” eu
perdi.
Desisto porque cansei de esperar sua alma vir de encontro à minha.
Porque o verbo não se conjuga sozinho.
Porque esperar uma atitude de quem a gente gosta dói.
Ser alimentada de expectativas sem respostas machuca.
Eu, tão ingênua, achei que esperar poderia valer a pena, já que a
timidez é um obstáculo a ser superado. Quão boba sou eu, você mostrou ser pura
perda de tempo.
Porque você não tem tempo para o amor.
Convide-me para o seu doutorado na infelicidade.
Porque hoje eu cansei de tudo, inclusive desse monte de nada entre
a gente.
Só peço que não esqueça: o jogo do amor não necessita de regras. Para
não cansar ainda mais minh’alma, inventei as minhas.
Já me sinto jornalista. E como
qualquer jornalista que se preze
adoro ler e escrever sobre tudo.
De uns tempos pra cá,
tenho precisado urgentemente de
poesia. Ela é como um antídoto para a dor.
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