Por Adilson Silva
Oliveira
Eu vi rasgarem as flores infinitas
o orvalho a escorrer pela madrugada,
era o choro das flores esquálidas...
Colorido-cinza - Flor de arenito!
o orvalho a escorrer pela madrugada,
era o choro das flores esquálidas...
Colorido-cinza - Flor de arenito!
Eu vi uma flor no asfalto
arauto da guerra no plúmbeo ar,
não era uma flor, era uma bomba nuclear...
Colorido-cinza - Flor de aço!
arauto da guerra no plúmbeo ar,
não era uma flor, era uma bomba nuclear...
Colorido-cinza - Flor de aço!
Eu vi uma flor seminua
na crueza noite infinda agonia,
faltava-lhe sangue - asfixia!
Colorido-cinza - Flor de rua!
Eu vi uma flor semimorta
no calvário exposta a troça,
renasceu a flor exposta...
Colorido-cinza - Flor de rocha!
na crueza noite infinda agonia,
faltava-lhe sangue - asfixia!
Colorido-cinza - Flor de rua!
Eu vi uma flor semimorta
no calvário exposta a troça,
renasceu a flor exposta...
Colorido-cinza - Flor de rocha!
Adilson Silva Oliveira é autor do livro "Antes que Murchem as
Flores" (Jandira, 1999).
Autodefinição:
"Nasci na Bahia dos santos todos. De Maria Bethânia, Caetano, Gal e Gil.
Nasci na terra de Jorge Amado e de tantos mal-amados Jorges... Nasci nessa terra
de contrastes intensos e de belezas humanamente belas. Mas essas belezas
ficaram guardadas em janelas fechadas n'algum canto do passado. Despi-me da
bahia ao deixá-la quando criança e percebo que estou vestido mais do que nunca
de Bahia. Tenho nessa condição de nordestino o meu maior referencial".
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