Por Denise Fernandes
"O que é a vida se o homem não pode mais ouvir o canto dos
pássaros? O que seria a vida sem os animais?".
“Se os animais se fossem, o homem morreria de uma grande solidão de
espírito" (Chefe Seatle).
Essas frases
estão no livro "O Espírito Animal", de Léo Artese. É um livro sobre
xamanismo que ganhei, li e recomendo a todos. O livro tem uma vivência, para
que você descubra seu "animal guardião". No meu entendimento, vale a
pena fazer essa vivência. Se você consegue relaxar e tem um bom diálogo
interno, dá para fazer sozinho. O livro recomenda para a vivência som de
tambores. Não tinha. Fiz uma adaptação, usando outras técnicas de relaxamento e
o efeito obtido foi o mesmo. Já apliquei a técnica em pacientes e familiares. É
interessante porque o animal que se revela não é o que a pessoa estava
esperando conscientemente, mas tem tudo a ver com ela mesma. A vivência, então,
amplia a consciência de si mesmo e te deixa mais forte com essa ampliação.
Ontem chorei lendo um
conto sobre cachorros. Também recomendo a todos. É um conto da ótima Doris
Lessing. Chama-se "História de Dois Cachorros" e está no livro "Sabores
do Exílio". Ela é muito criativa. Cada obra dela traz uma outra construção
mesmo. Hoje, o conto dela ainda mexe comigo.
De um tempo
para cá, tenho chorado a morte do Rock, cachorro do meu primo. Isso chega a me
aborrecer porque o cachorro não era meu; embora convivêssemos bastante. Também
o cachorro morreu de velho, teve uma vida super feliz, amou e foi amado, para
quê chorar? Por que tenho que ser tão boba? Todo mundo vai morrer. Mas pensar
que o Rock tá mortinho e enterrado lá no sítio me dá vontade de chorar.
Consigo entender a solidão
de espírito de que fala o chefe Seatle. Nas minhas lembranças, os animais estão
presentes nos momentos hiper felizes, surreais: minha galinha de estimação
pousada no meu tênis, bicando os detalhes do cadarço; as coelhas que tive no
apartamento: a Aninha e a Rosa; o quarto que eu e meu irmão preparávamos na
infância, cheios de borboletas; a Nega, que era uma pequinês marrom que a gente
vestia como um bebê; os passarinhos que cuidei; o canário da minha sogra, que
parou de cantar no dia que ela morreu e só voltou a cantar quando foi para a
minha casa; a Minnie, cachorra com quem tanto briguei e por quem nutri um
grande amor; e outros bichos.
Minha vira-lata mal
levanta nos dias de chuva. Prefere dormir na casinha. Se chover o dia inteiro,
ela é capaz de passar o dia assim. Mas tem dias de chilique. Late tanto que enche
o saco. Tem temperamento. É de Capricórnio, com ascendente em Touro. É uma
cachorra muito Terra. Por enquanto, a única criança que ela simpatiza é com meu
neto. Isso que é boa adaptação... Ela não teve treinamento nenhum, mas, de
tanto ele insistir, conversar com ela de um jeito que só criança consegue
conversar com animal, para ele, ela dá a patinha.
Outro dia li na internet algo sobre os cachorros
entenderem telepatia. Tem a tradição que eles enxergam os fantasmas e o oculto.
E aquela máxima do senso comum que o cachorro parece com o seu dono. Contaminamos?
Ou somos contaminados? Agora lembrei do Garfield, um episódio que os gatos
vieram dominar o mundo e que é muito engraçado.
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