terça-feira, 1 de maio de 2012

Animais e Livros

Por Denise Fernandes
  

"O que é a vida se o homem não pode mais ouvir o canto dos pássaros? O que seria a vida sem os animais?".

“Se os animais se fossem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito" (Chefe Seatle).


         Essas frases estão no livro "O Espírito Animal", de Léo Artese. É um livro sobre xamanismo que ganhei, li e recomendo a todos. O livro tem uma vivência, para que você descubra seu "animal guardião". No meu entendimento, vale a pena fazer essa vivência. Se você consegue relaxar e tem um bom diálogo interno, dá para fazer sozinho. O livro recomenda para a vivência som de tambores. Não tinha. Fiz uma adaptação, usando outras técnicas de relaxamento e o efeito obtido foi o mesmo. Já apliquei a técnica em pacientes e familiares. É interessante porque o animal que se revela não é o que a pessoa estava esperando conscientemente, mas tem tudo a ver com ela mesma. A vivência, então, amplia a consciência de si mesmo e te deixa mais forte com essa ampliação.

         Ontem chorei lendo um conto sobre cachorros. Também recomendo a todos. É um conto da ótima Doris Lessing. Chama-se "História de Dois Cachorros" e está no livro "Sabores do Exílio". Ela é muito criativa. Cada obra dela traz uma outra construção mesmo. Hoje, o conto dela ainda mexe comigo.

De um tempo para cá, tenho chorado a morte do Rock, cachorro do meu primo. Isso chega a me aborrecer porque o cachorro não era meu; embora convivêssemos bastante. Também o cachorro morreu de velho, teve uma vida super feliz, amou e foi amado, para quê chorar? Por que tenho que ser tão boba? Todo mundo vai morrer. Mas pensar que o Rock tá mortinho e enterrado lá no sítio me dá vontade de chorar. 

          Consigo entender a solidão de espírito de que fala o chefe Seatle. Nas minhas lembranças, os animais estão presentes nos momentos hiper felizes, surreais: minha galinha de estimação pousada no meu tênis, bicando os detalhes do cadarço; as coelhas que tive no apartamento: a Aninha e a Rosa; o quarto que eu e meu irmão preparávamos na infância, cheios de borboletas; a Nega, que era uma pequinês marrom que a gente vestia como um bebê; os passarinhos que cuidei; o canário da minha sogra, que parou de cantar no dia que ela morreu e só voltou a cantar quando foi para a minha casa; a Minnie, cachorra com quem tanto briguei e por quem nutri um grande amor; e outros bichos.

          Minha vira-lata mal levanta nos dias de chuva. Prefere dormir na casinha. Se chover o dia inteiro, ela é capaz de passar o dia assim. Mas tem dias de chilique. Late tanto que enche o saco. Tem temperamento. É de Capricórnio, com ascendente em Touro. É uma cachorra muito Terra. Por enquanto, a única criança que ela simpatiza é com meu neto. Isso que é boa adaptação... Ela não teve treinamento nenhum, mas, de tanto ele insistir, conversar com ela de um jeito que só criança consegue conversar com animal, para ele, ela dá a patinha. 

Outro dia li na internet algo sobre os cachorros entenderem telepatia. Tem a tradição que eles enxergam os fantasmas e o oculto. E aquela máxima do senso comum que o cachorro parece com o seu dono. Contaminamos? Ou somos contaminados? Agora lembrei do Garfield, um episódio que os gatos vieram dominar o mundo e que é muito engraçado.

          Há algo em mim que se renova com cada pássaro. No coração do Mundo, onde repousa o segredo da Criação, o olho sagrado que tudo vê nos acorda.

Nenhum comentário :

Postar um comentário