Por Meriam Lazaro
Imagem: Meriam Lazaro |
Sempre
teve gosto por desaparecer. No primeiro relato, dos três anos de idade,
a patrulha familiar passou, perguntando ao merceeiro se havia visto uma
menininha assim, assim... – Não passou por aqui! A patrulha seguiu em
outra direção. Minutos depois, o toco de gente saiu de trás do balcão da
mercearia, quase sob as pernas do merceeiro. Vários sumiços depois,
quis se perder na Avenida São João, quando em São Paulo. Não teve jeito.
Uma batidinha no ombro denunciou um amigo, morador do outro lado do
país. Que fazer?! Novos tempos, fabulosos meios de comunicação, permitem
informar como está “se sentindo”. Numa dessas, anuncia: “saindo para
almoçar com uma amiga”. Depois da saída às 10 horas da manhã, com a
volta pelas 6 horas da tarde ou, não raro, mais à noite, veio a pergunta
curiosa: – Que almoço é esse? Eis o ritual. Saio a pé, aproveito para
pagar uma conta, comprar algo no supermercado, já na casa da amiga
espero a criatura se arrumar, saímos para escolher restaurantes,
entramos em três ou quatro, voltamos ao primeiro, conversa vai conversa
vem, caminhada pelo parque e cidade, ida à igreja (que tem banheiro
limpinho), pernas descansadas, fotografia daqui e dali, mil paradinhas
para cumprimentar conhecidos e desconhecidos, hora do café da tarde na
padaria, amigos são chamados, vemos passar o cantor, alguém intima para o
chimarrão em casa, no inverno tem pinhão cozido e vinho, no verão tem
“servejinha” com algo espetado sobre o fogo, mais conversa vai e vem...
Assim se dão os sumiços anunciados com o nome de almoço. Agora, por que
uma bola não é uma bola, que me perdoem!! Quem fez uma pergunta dessas?
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