domingo, 22 de fevereiro de 2015

Desmazelo

Por Oswaldo Antonio Begiato


 
 
Meu doce amor, que essa vá lhe achar com saúde.
Tenho sofrido o suplício de sua ausência,
Sentido uma saudade dura e incontrolável
Rasgando as águas turvas de meu coração.
 
 
Navalha impiedosa incisa sem deixar sangrar;
Dói feito a penetração pungente da espada.
Do beijo além do cheiro formoso da aurora
Sinto falta do despertar florido e fresco
 
 
E do adormecer nos braços do entardecer.
Do corpo retenho a ardência e o forte perfume
Da ambrosia e do néctar que, distraída, trouxeste
 
 
Por conta de um descuido dos deuses do Olimpo.
Meu doce amor, vem, nem que seja por desleixo,
Cuidar das dobras bobas de meus sentimentos.
 

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