Por
Mayanna Velame
Tenho
comparado nossa vida a um caderno de folhas limpas. A cada dia que vivemos,
esse caderno vai sendo preenchido com frases, orações, períodos simples e
compostos. Isso acontece de acordo com nossas ações e atitudes diárias.
O
certo é que pouco sabemos se iremos ocupar todas as folhas em branco deste
caderno. Até porque as folhas novas só são acrescentadas, paulatinamente, dia
após dia. Em sintonia com o nosso levantar e deitar.
Entre
o presente que escrevemos e o futuro que esboçamos, a vida se desenha para nós.
As incertezas que nos cercam, as dúvidas que nos neutralizam. Elas acabam nos
transformando em seres desnorteados e perdidos.
A
vida é o grande mistério da criação. Do discurso Criacionista e Evolucionista,
prefiro acreditar que somos provenientes do pó. Pó é terra. Terra é riqueza. É
de lá que se retiram as matérias-primas que nutrem esse mundo de Deus.
Contudo,
no final, não somos muita coisa. Basta uma gripe qualquer abalar o organismo e
lá estaremos, prostrados sobre a cama, com os olhos vermelhos e o nariz inchado
– sendo vítimas da coriza e dos espirros. Somos seres limitados, mas não
impossibilitados de (verdadeiramente) escrevermos os capítulos que nos são
repassados todos os dias.
O
futuro pode se apresentar nebuloso para nós. Os imprevistos, os acasos, as
interrupções dessa nossa aventura terráquea, cedo ou tarde, irão nos afetar. Porém,
enquanto não somos surpreendidos pelo destino, saibamos viver; mesmo com as
incoerências da vida. Pois não há nada mais lógico do que aproveitar e gozar as
coisas boas desta epopeia existencialista.
Que
as tintas da melancolia – que tornam as páginas do nosso caderno cinza – possam
ser substituídas por aquarelas. Mesmo que isso seja, apenas, um simples
rascunho da felicidade.
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