domingo, 13 de outubro de 2013

Uma Tarde Qualquer

Por Érika Batista
 



Céu azul. Mas havia algumas nuvens.
– Aquela nuvem parece um cavalo.
– É.
– Érika.
– Oi.
– Você gosta de cavalos?
– Gosto. Bastante.
– Eu também. E dos campos. Poderia passar dias seguidos cavalgando por eles.
– ...eu não sei cavalgar.
– Quer aprender? Eu ensino.
– Eu aceito!
– Amanhã.

 
Silêncio. Uma brisa gelada agitou a grama, arrepiando os pelos do meu braço. Dois centímetros para o lado.
– Frio? – com um sorriso.
– Um pouco.
Um braço sob o meu pescoço. Mais dois centímetros. Arrepios.
– Melhor?

 
Um sorriso de cá, uma risada de lá. Dedos longos, pontas rápidas. Cócegas. Mais risadas. Contra-ataque. Mau negócio: ele, muito mais forte.
– Ok, ok!
Séria. Olhos claros piscando. Apreensão.
– Te aborreci?

 
Um aceno de cabeça. De repente, a maciez de seda daqueles cabelos lisos, ocultando uma têmpora quente, repousou no meu peito. Tum-tum, tum-tum. Ele não se importou, nem um pouco. Até – parecia – estava gostando.

 
Mais silêncio. Um bocejo.
– Olha aquelas formigas. Elas nunca descansam...
 

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