Por
Érika Batista
Céu azul. Mas havia algumas nuvens.
–
Aquela nuvem parece um cavalo.
– É.
– Érika.
– Oi.
– Você gosta de
cavalos?
– Gosto. Bastante.
– Eu também. E dos
campos. Poderia passar dias seguidos cavalgando por eles.
– ...eu não sei
cavalgar.
– Quer aprender? Eu
ensino.
– Eu aceito!
– Amanhã.
Silêncio. Uma brisa gelada agitou a grama, arrepiando os
pelos do meu braço. Dois centímetros para o lado.
–
Frio? – com um sorriso.
–
Um pouco.
Um braço sob o meu
pescoço. Mais dois centímetros. Arrepios.
– Melhor?
Um sorriso de cá,
uma risada de lá. Dedos longos, pontas rápidas. Cócegas. Mais risadas.
Contra-ataque. Mau negócio: ele, muito mais forte.
– Ok, ok!
Séria. Olhos claros
piscando. Apreensão.
– Te aborreci?
Um aceno de cabeça.
De repente, a maciez de seda daqueles cabelos lisos, ocultando uma têmpora
quente, repousou no meu peito. Tum-tum, tum-tum. Ele não se importou, nem um
pouco. Até – parecia – estava
gostando.
Mais
silêncio. Um bocejo.
– Olha aquelas
formigas. Elas
nunca descansam...
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