sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Encurralado

Por Mayanna Velame
 
 


Eu nunca sei o que escrever numa crônica. E desta vez, não será diferente.

Hoje, as palavras estão quietinhas, mansas, cada uma em seu lugar. Sei que há tantos assuntos em pauta pelo mundo, que eu poderia muito bem abordá-los por aqui.

No entanto, não quero pensar em nada, nem muito menos redigir as angústias que assolam a sociedade lá fora.

O que importa agora é escutar apenas o meu silêncio. Observar, com minúcias, os movimentos desenfreados da caneta que escreve frenética, as letras que constroem esta crônica.

Crônica de uma cronista, cujos olhos, embora fadigados, cintilam a cada frase gerada pelo seu malogrado coração.

Escrever me queima os ossos, me traz mais compaixão e sensibilidade. Faz-me ver o planeta com misericórdia e esperança. E o melhor disso tudo é acreditar que posso tocar em vidas espalhadas em lugares que meus pés nunca pisaram ou, quem sabe um dia, ainda fixarão morada.

Sigo escrevendo, encurralando-me entre palavras para me achar no mundo.
 

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