Por Mayanna Velame
Era dia...
E a chuva caía,
caminhando contra o vento,
uma voz longínqua dizia...
– melancolia!
O céu nebuloso.
O coração sôfrego.
A utopia e a alegria
sempre me destroem.
Uma voz longínqua dizia...
– melancolia!
Cambaleando ao meu lado,
um amigo e eu dilaceramos o passado.
Deus sabe o quanto, em vida, eu sofria.
Uma voz longínqua dizia...
– melancolia!
A solidão me agoniza.
Meu amigo chora,
nossas lágrimas se unem,
com os pingos da majestade divina.
Uma voz longínqua dizia...
– melancolia!
A tempestade beija o asfalto.
Eu e meu amigo caminhamos
em passos largos...
Diante dos nossos olhos baços,
o reflexo do eterno cansaço...
Um gigantesco portão é derrubado,
pela fúria grotesca do vento...
Uma voz longínqua dizia...
– melancolia!
Eu e meu amigo tropeçamos,
entre os galhos caídos das
árvores centenárias que cobrem
os túmulos do cemitério.
E, ajoelhados, contemplamos
duas lápides que exibem
a nossa prematura morte.
Uma voz longínqua dizia...
– melancolia...
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