Por Denise Fernandes
Para
alguns, o mundo vai acabar. Para mim, já acabou. Sou o “fedô” do rio Pinheiros
e as águas estagnadas do rio Tietê. Sou a prisão de alguns, enquanto tantos
outros criminosos e corruptos passeiam por aí. Sou todas as crianças abortadas
por falta de condições materiais e de amor, para virem ao Mundo. Sou o vírus da
Aids e um monte de bactérias. Sou musgo. Sou a memória de um louva-deus na
minha mão na minha infância. Sou a infância que tive com meus irmãos (esotérica
demais para ser explicada). Sou um poema que ninguém entende. Sou a Fome e
todas as favelas do mundo. Sou um abraço dado com tanto carinho. Sou a angústia
de todos. Sou a descrença na medicina, nos métodos. Sou aquela que questiona os
modelos científicos. Sou o horror a protetor solar, camisinha, peitos de
silicone, aparelho nos dentes. Sou uma mudança que não termina e a água da
chuva. Sou uma esperança azul e um sonho de amor e paz que nunca se realiza.
Sou essa tristeza por mim e pelos outros. E esse mundo destruído, acabado. Sou
o desejo que as guerras e a violência terminem. Sou o amor por todos os seres
do Mundo.
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