terça-feira, 20 de novembro de 2012

Jesus Salve o Islã

Por Denise Fernandes
 

         Cada um tem sua igreja, seu Jesus particular, seu tipo de anjo da guarda e oração. Cada um tem seu centro espírita, sua espécie de Oxalá e prática, sua forma de espiritualidade e de como cuidar dela. No centro do sectarismo, da prática certa, do padre mais abençoado que os outros, do endereço do centro espírita com mais força: a falta de união, a falta de razão. Na distinção entre Buda e Maomé, o centro escuro da falta de fé, da falta de amor. Cada um sabendo mais que o outro onde mora a força mágica do Amor Criador.

         No abraço do novo Avatar, nos gurus indianos, nos lamas tibetanos, no incenso e na vela, a mesma ausência de compreensão. Nos xamãs, nos caboclos, no pai-de-santo e na mãe-de-santo, nos médiuns e nos profetas, nas freiras e nos pastores: a falta de Paz, de Luz. Simplificamos o inexplicável, dividimos o indivisível, criamos a dúvida onde gostaríamos de encontrar a Fé.

         Por isso, te peço, Pai celestial com um amor muito trêmulo, cheio de medo, do mais terrível e paralisante medo: Jesus salve o Islã ! Ó Buda salve Maomé! Moisés salve os palestinos! Fé do Islã salve Oxalá e Chico Xavier, divididos em tantos endereços. Amor salve o Mundo. Paz celestial provoque a paz na Terra e no que é terreno. Nossa Senhora: salve-se. Porque se há uma hora para aquilo que é espírito, se estamos divididos é porque não entendemos quase nada do que é espírito, estamos na pré-história do conforto que precisamos para nossas almas. E na solidão de um deus ou muitos deuses, em toda solidão o divino nos alcança, mesmo quando estamos distraídos.
 
         "Os pensamentos se volatizam? Também a vida. Não vemos Deus pelo número contável dos astros, ou dos coelhos, ou gaivotas. Vemos Deus, por existirem astros, coelhos, gaivotas. E pelo que está por trás dos sonhos. E como por eles nos fala, se dormirmos. Ou falamos com Deus, acordados no espírito. Acordados, acordados-de firmamento a firmamento. A palavra aciona todas as potências do silêncio. E exulta" (Carlos Nejar).          

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