Por Sérgio Bernardo
Manifesto-me por signos
na junção de letras
dispersas:
a argamassa que eu
uso
vem do próprio sangue
da lágrima
incontrolável
do suor não visto.
Calejo numa página a
mão
enquanto a
esferográfica
semeia palavras.
Sou
substrato da carne
e essência do
intangível
resumindo o universo
dentro de um só
indivíduo.
Sou operário do canto
em minha oficina de
nuvens
construída no vórtice
do caos infinito.
Aos meus juízes digo
Aos meus juízes digo
ser cúmplice da vida
e não clamo perdão
por meu ofício dito inútil.
Condenado desde
sempre
não tento fuga ou
novo inquérito:
eu mesmo dou os
fósforos
aos
meus carrascos.
Nenhum comentário :
Postar um comentário