domingo, 14 de maio de 2017

Formiga

Por Oswaldo Antônio Begiato




Nunca quis ser
padre,
pedra,
podre.


Nunca quis ser
nobre,
cobre,
pobre.


Nunca quis ser
filha,
folha,
falha.


Nunca quis ser
bela,
vela,
dela.


Nunca quis ser
lente,
lenço,
lento.


Nunca quis ser
morto,
porto,
torto.


Nunca quis ser
rato,
ramo,
ralo.


Nunca quis ser
santo,
manto,
tanto.


Nunca quis ser
proto,
prato,
preto.


Nunca quis ser
mente,
pente,
gente.


Nunca quis ser
louça,
lousa,
louca.


Eu só queria ser
a lágrima
que a formiga
derramou
por sentir
saudades
da cigarra.

Nenhum comentário :

Postar um comentário