domingo, 18 de dezembro de 2016

Usinas

Por Oswaldo Antônio Begiato




Se eu tivesse por escudeiro
Pacífico, o anão
Gordo e desengonçado
E tivesse por Dulcinéia
Madalena dos pacotes,
A catadora de sonhos
Nos lixos da sociedade,
Seríamos
O orgasmo de Cervantes?


Mas como sou Dom sem dons
Em retalhos tupiniquins
Sem escudeiros
E sem Dulcinéias
E luto contra
Usinas de açúcar e álcool
Que me matam de diabetes,
De falta de ar
E me curvam o coração
Na direção da embriaguez
Que desperta minha lucidez,
Serei eu orgasmo?


De quem?

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