quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Ciclos

Por Daniella Caruso Gandra




Tudo pode acontecer, as escolhas se exibem,
mas o tempo diverge de precípuos desejos,
procedentes do arfar primordial.


Atos pensados são desfeitos,
desmentidos pela má hora,
e vistos como rarefeitos.


Surge a contento certo desaprender,
pois é preciso o risco para bem saber,
sem interditar o acesso à própria via.


Já que a vida transcorre como tem que ser,
fatos e gente inspiram e evaporam-se,
nada é em vão, ecoam novos ares então.


E quanto aos queixumes pelo desencantamento?
Servem de relento para se admirar o desconhecido,
quando a sina muda a rotina e a roupagem da consciência.


Percorrem-se os taludes num sincretismo com o anímico,
em cada estágio, um despertar acometido por um naufrágio,
mas somos parte de um amarrilho comprometido por ciclos.


Talvez recuperáveis, ou findos.

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