quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Farsa

Por Daniella Caruso Gandra




É brincadeira, um rompante pueril,
uma entrega de bandeja, um jogo arrematado.


Num súbito, atiçado, em acaso aparente,
cuja rasteira é previsivelmente sentida.


Mas todo e qualquer ato
só termina quando assim se determina.


Até o palhaço, em sua arena montada,
mesmo vaiado diante do mau espetáculo,
opta pelo número continuar.


Fará sempre da mesma maneira
e se revelará em sua maçante cena.


Não desperdice suas penas,
pois todo palhaço é traidor,
como todo poeta é fingidor.


Exceções podem haver,
sem ardilosas intenções,
sem egos a satisfazer.


Mas, caro leitor,
peças marcadas são fáceis de encaixar,
basta um segundo olhar pra desmascarar.


Au revoir!

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