sábado, 10 de maio de 2014

Mulher e Mãe

Por Meriam Lazaro
 
 
Imagem: Beverly Lussier

                Desenhei no calendário um mês todinho pra ela.
                Teci-lhe o vestido, cheinho de flores, de cintura fina e saia rodada.
                Para os cabelos, fios de luz colhidos da lua azul de outono.
                Ainda ouço o seu riso na roseira, a florir em maio,
                ao toque misterioso dos sinos da igrejinha.
                A água, que cai da chuva, murmura na fonte,
                dança no oceano dourado de sol... também é ela!
                O pão com manteiga, a casa varrida, o cheiro de jasmim,
                até o vapor que exala da xícara de café me lembram dela.
                Quem duvida, que pare à sombra de uma árvore num dia de Verão
                ou sinta aos pés descalços a umidade da grama que sustenta o
                mundo.
                Reconheço dela em mim a memória cíclica da Vida na Terra.
                Ela, que hoje faz parte dos quatro elementos,
                soprou-me um beijo na brisa da tarde...
                Piscou-me lá do céu, um eu te amo silencioso,
                estrela pequena, pertinho que está da Vênus brilhante!
 

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