Por Ana Paula Perissé
(não tens mas queres
não és mas desejas)
ela
que era ex-de si, eis seu chamado
quase nada te preenche
(prenha)
todavia, rastros
ou mórbidas lembranças vivazes!
e quase tudo
te ficou à mostra
doçuras de sonhos
por deuses!
ainda por criar
vá e encontra-te.
une pedaço
de platô em I´resquício
de chão potável
ou I´lasca em migalha verde
a qual te enleve
de súbito,
alegria.
( ainda és algo em tantas que já se foram,
mas, largaram-te, sem dó,
ao sopé de I´estrada)
posto que te passas em mares de morros
secos e líquidos e longos"
" serras de capim
são desejos lunares
e em estrada federal
uma vastidão
de ser-como-tantas-vidas
por-se-fazer
sopráva-te ...
semente de ir longe;
tua pele, agora, é seca
todavia também sem estrada
defuma-te sem vento, aquele que sibilava
correndo a 120, com destino certo.
I´pão de queijo com café
e o sorriso
father´n´son
sim, ela tava em meio-deles
e quando os viu na arrebentação de mangue secos
nas ruínas do futuro de I´casa
chapiscos e I´cão
ao lado de lareira, sem fogo
houve-se pequena.
e como se o fim já houvesse
e muito, em hrs extras de emoção sua.
(não há mais espaço para se esgarçar em vidas tantas.)
as hrs passam
quase imóveis,
ao envelhecimento de I´casa
consigo
e as luzes se alternam, esmaecidas
ao passar pelo meio-dia
noite-quase-sonho
e ela não sabe quem se perdeu
qual mujer
há de pagar a conta
cota ébria
de tamanho de cadafalso
queda sem gravidade
orbitando em vozes idas
(não, não há queda
apenas perda
com exponencial de dor ardilosa)
ela é aquela que se foi
límbica
do sorrir da tarde
à montanha
mas que ainda tatua
por i´fuga de si.
será algo dela própria
? (de novo.)
por alguma vez há de se esperar à estrada
sem a qual
não seria-á
de pé ou ponta-cabeça
qualquer coisa digna de origem
a merecer lágrimas de horizontes de mato
com cheiro úmido
e tez feliz.
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