Por Érika Batista
Sim, eu tenho mágoa das fotos.
Sim, odeio fotógrafos, como Einstein
(dizem, né).
Porque as fotos não traduzem a luz do olhar
As fotos captam cada linha, ruga, mancha
sem porém lhes dar significado.
E assim, eu, de pouco bela, passo a feia de todo.
Fotografem, sim, os grandes acontecimentos.
Documentem, sim, o que deve ser inesquecível,
que deve escapar imutável à fraqueza criativa de nossa memória.
Mas não queiram me retratar por aí.
Não é o caminho, digo e repito.
Hão de me achar terrivelmente sem graça, in-su-fi-ci-en-te, bizarra até.
Deixem as fotos para as de beleza plástica;
eu, cheia de alma, reservo-me a palavra bombástica.
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