sábado, 1 de novembro de 2014

Não é canja, não!

Por Meriam Lazaro
 
 


Querida amiga, eu lamento não poder receber o elogio de boa cozinheira. Trabalho do outro lado da cidade, sem vir em casa na hora do intervalo, o que representa 70% de almoços em restaurantes por semana. Não tenho o hábito de jantar, opto por lanche, de modo que o delicioso ato de cozinhar se restringe ao final de semana.


Notei que existem dois tipos de cozinheiros que utilizam receitas. Os muito habilidosos, que gostam do preparo de pratos difíceis ou requintados. E os que não sabem muito bem onde botam a colher e se socorrem de receitas que parecem simples e saborosas. Nestes, me incluo, naturalmente.


Existem várias maneiras de preparar canja, como você bem sabe. A de hoje, preparada em dois tempos, com duração de 1h30min pelas minhas mãos ineptas, consistiu em cozinhar o caldo base e depois os demais ingredientes. O primeiro ato leva: 2 litros de água, um peito de frango com osso e pele, 1 talo de salsão, 1 cebola, 1 tomate, 1 cenoura, 2 folhas de louro, 3 cravinhos, 5 pimentas do reino, 1 colher (chá) de sal. O salsão, a cebola, o tomate e a cenoura são cortados em quatro. Para dar maior fragrância, pode se acrescentar 3 talos de salsinha, 1 folha de alho-poró (parte verde) e tomilho. Por receio da tosse, descartei a pimenta. O tomilho ficará para outra vez (tão logo eu saiba do que se trata). Atirar tudo na panela de pressão, esperar apitar e deixar ferver em fogo brando por 40 minutos. Eu não sabia que era para deixar o peito de frango inteiro e, assim, resolvi dar uma ajudinha na natureza, cortando a carne, que se desmanchou (sem a pele - opção minha).


Enquanto a panela de pressão fazia a parte dela, hora de preparar os ingredientes para o segundo tempo. Há quem não goste de cenoura na canja, preferindo a tradicional palidez. Mas a receita manda cortar em cubinhos as 3 cenouras e uma batata grande, separar 1 pitada de noz moscada, 1 colher (chá) de sal e, para enfeitar o prato, salsinha ou cebolinha picada a gosto. Depois de esfriar e sair o vapor da panela de pressão, retirar o frango e colocar numa tábua, escorrer o caldo noutra panela e descartar o restante. Tudo isto são orientações da Rita Lobo, em “Panelinha”. Fiquei pensando, com o que ela já se deparou, para sentir necessidade de orientar os aprendizes a esperar esfriar e sair o vapor da panela de pressão antes de abrir a tampa!


Nisto, se passou mais ou menos 1 hora. Chegou a vez de preparar a canja verdadeiramente. Na panela já estava o caldo, ao qual se acrescenta a cenoura e a pitada de noz moscada. Ao levantar fervura, baixar o fogo e cozinhar por dez minutos. Em seguida, mais dez minutos de fervura para a batata. No terceiro cozimento de dez minutos vem a ½ xícara de arroz, que eu ia me esquecendo de mencionar (mas todo mundo sabe que canja leva arroz!). Para finalizar, acrescenta-se o frango, que estava sendo desfiado durante este período. Mais cinco minutinhos para aquecer a carne.


Com as ervas, o sal perde a importância. Eis a dica para aqueles que necessitam reduzir o sal. Como utilizo o sal light, tive que acrescentar mais uma colherinha. O cheiro é um espetáculo!


Para completar o quadro doméstico, o lixo foi descartado, a louça foi sendo lavada gradativamente e o mais lindo de tudo: o fogão não ficou sujo!!


Mas não é canja, não, sentir fome quando se está com gripe forte acompanhada de conjuntivite. Por isto, vim contar para você a maratona matinal, para abrir o apetite. Funcionou! Quer saber como ficou a canja?
 

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