Por Meriam Lazaro
A imagem de hoje na página do Google mostra um desenho de Maria Sibylla Merian, nascida na Alemanha. Estudiosa da natureza ilustrou em detalhes o desenvolvimento de borboletas, outros insetos e as plantas de que se alimentam. Houve um período em que eu procurava por xarás, quando li sobre a naturalista no dicionário Houaiss. Encantei-me com seus desenhos e desejo ter ainda uma bela reprodução em minha sala. Aliás, amigas e outras faladeiras vivem a me chamar atenção para a nudez de minhas paredes. Na sala tenho um quadro de cegonhas em madrepérola, trazido do Japão por uma amiga, Ling. Sobre a cabeceira da cama, tenho um pequeno painel com quatro quadrinhos florais, bordados em ponto cruz por outra amiga, Lia. Gosto de paredes nuas. Também gosto de seres alados e flores desde os tempos de criança, quando sonhava em voar. Talvez venha daí o gosto pelo desenho de pássaros e borboletas. Flores, toda criança já desenhou. Algumas, de talo fininho e uma careta risonha. Outras, mais elaboradas. Um pouco mais velha, lembro-me de desenhar durante as aulas vagas no colégio. Acompanhava a travessura, outra amiga, Liana. Desenhávamos vestidos em manequins de rostos redondos e risonhos, como o gato de Alice. Nossas mães eram costureiras. Cansada do trabalho desgastante, tenho ido dormir antes das dez da noite. Sobra mais tempo para sonhar. Nesta noite, me deparei com uma atividade nova. Sorrir sob um girassol na companhia de três pessoas, que bem poderiam ser a Ling, a Lia e a Liana. Cada uma sob a sombra de um pé de girassol. Além de escrever bobagens, este seria o meu novo trabalho.
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