Por Ana Paula Perissé
Imagem: Ana Paula Perissé |
A Ezra Pound
e vai-te povoar
(cada um com sua tumba bendita, alguns
muitos, sem o saber;
uns poucos, em cantata pálida)
e diz a eles
que só há riqueza
ao dispor de ausência
[em abertura para ser-no-mundo]
1´tipo de brilho
pitoresco
mas sem querer nada
além de 1´canção obscura;
e também,
com 1´pé de sorriso nos lábios
(mas sem abrí-los,
per favore),
que vida ao quebrar
n´alguns escombros viscerados
até que a mutação
desdobre
sentidos idos
em brilho honrado
traz-me alma de volta
e menos morte
em travessia.
(alguns peixes nadam ao lago
e eu não possuo o que vestir.)
Belíssimo poema de Ana Paula Perissé, um dos melhores que li nos últimos meses! Gostaria de tê-lo escrito. Demais!!!
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