Por Rayane Medeiros
Acordei
disposto a descartar velhos hábitos; mudar por dentro e por fora, sobretudo
aquilo que não me convém. Comecei pelo café. Não o tomei. Mas confesso, fiquei
tentado ao sentir o cheiro forte, e a boca salivou ao lembrar-se do gosto
amargo e familiar que me aquecia o ânimo. Fiz um chá. Gosto do Preto, mas este
me lembraria do café, então não o cogitei. Preparei de Camomila, dizem que é
calmante, não sei, veremos. Não gostei. É amarelado e tem sabor de flores.
Nunca comi flores, mas elas devem ter esse gosto. Devo ter ficado com a imagem
da embalagem do chá na cabeça... Que seja, não é bom, mas ainda sim, será
mantido entre os novos hábitos.
O
segundo passo é ler. Não falo de textos acadêmicos ou leituras superficiais de
livros que nada nos dizem. Falo de viver uma história, de rir e chorar como se
fosse o próprio personagem. Há muito tempo não faço isso, estou sempre muito
ocupado com minhas redes sociais, elas me roubam todo o tempo, só agora me dou
conta disso.
De
hoje em diante, declarei silêncio. Não falo no sentido literal. Mas no de saber
ouvir, de calar quando necessário. As pessoas estão sempre dispostas a dizer
algo, como isso fosse de uma importância incontestável, e falam compulsivamente
por não ter nada a dizer. Poderiam estar aprendendo verdadeiras lições de vida,
se não cressem que já sabem o suficiente.
Também
andei pensando em descartar certos vícios, eles não me fazem felizes, me trazem
ilusões, falsas sensações de autoconfiança... Penso que preciso de paz de
espírito, tranquilidade, talvez frequente uma igreja, um templo, e me torne
melhor quanto ser humano...
Por último, e nunca menos importante, eu resolva
dar espaço ao amor. É claro que o amor acontece mesmo sem nosso consentimento.
Mas ele nunca será pleno e verdadeiro se não estivermos dispostos a vivê-lo,
nos entregarmos, nunca! Quem sabe a vida não me surpreenda, e não me confesse a
receita da felicidade?! Não se trata de um teste, um jogo, um fetiche. É apenas
mais uma maneira, entre tantas, de se viver, nada mais.
Crônica deliciosa, Rayane. Curto chás, mas prefiro café, que a arritmia está pedindo moderação. Não iria tomar antes de vir aqui, mas agora (rs)... Amei! Ótimo sábado! Abraço, Meriam
ResponderExcluirrsrsrs obrigada, também prefiro café!
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