Por Mayanna Velame
Ela tem 1,58m de
altura, sua pele é branca e sedosa. Frequentemente visita o salão de beleza para
tingir seus cabelos curtos e lisos. Suas mãos de dedos longos, sempre, ou quase
sempre, estão com as unhas bem tratadas e pintadas. A vaidade faz parte da sua
personalidade.
Amélia é assim: mulher
organizada e elegante, mulher de poucas palavras, mas que sabe exigir. Talvez,
eu nunca seja como ela... No entanto, uma parcela significativa de todos os seus
ensinamentos, mesmo que não perceba,
estão todos aqui, dentro do meu coração.
Todos os dias, Amélia
tem me mostrado que mulher de verdade não aprende a cozinhar, no intuito de
apenas satisfazer o paladar de seus filhos e marido. Mulher de verdade cozinha,
arruma, lava, passa, trabalha e estuda, para se tornar autônoma diante das
circunstâncias da vida.
Com veemência, admiro
sua capacidade de saber administrar, com talento, seu singelo salário de professora
aposentada. Incrivelmente, organiza com precisão os mantimentos da despensa e,
como ninguém, cuida com maestria e dedicação de cada plantinha moradora de seu
jardim.
Quando eu era criança,
via Amélia como uma heroína imbatível, hoje, estou com a metade da sua idade e,
para mim, ela continua sendo a mesma –
só que, agora, meu olhar é mais sensível, reconhecedor de tudo que ela
fez e ainda faz por mim.
Espero que Amélia
continue sempre comigo, reprovando meus penteados e escovando meus cabelos
durante as manhãs. Já suportamos tantos acontecimentos... E também já gozamos
de momentos ímpares.
Mamãe tem 1,58m de
altura. É pequena no tamanho, mas grande na sabedoria. Fonte de amor e amizade.
Respeito e gratidão. Com a brevidade da vida, só me resta redigir essa crônica,
com sentimentos verdadeiros e maviosos. Não sou a melhor filha do mundo e,
tampouco, algum dia conseguirei ser; sei que sou chata, crítica, desorganizada,
rebelde e displicente. Mas essas são minhas imperfeições, que fazem Amélia me
amar. Sim, ela me ama, simplesmente pelo milagroso fato de ser minha mãe.
Texto primoroso, enaltecendo um Amor merecido e recíproco. Homenagem comovente, Mayanna. Amei. Abraço, Meriam
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