Por Denise Fernandes
Demorou, mas consegui
postar a receita do bolo de maçã para R. Esqueci a senha dos meus blogs e até
lembrar...
Esse bolo é especial, pois
fiz para H. e ela adorou. Fiz para M. e ela adorou. Chamo de bolo das amigas. O
blog onde está a receita é o Alegria e Circo.
Outro dia revi "Como
Água para Chocolate" e gostei muito do nacional "Estômago". Comer
tem tudo a ver com viver, é além de sobreviver ou você está naufragado,
extremamente perdido.
Quem fica grávida e tem
desejos, descobre um prazer sublime em saborear uma simples coxinha. Gravidez e
sanduíche de mortadela me lembra J. De encontrar com ela, barriguda, e ouvindo-a
falar, você ficava contaminado e ia para a padaria, como um sonâmbulo, comer um
inocente sanduíche de mortadela.
Quase toda pessoa que
conheço um pouco melhor, fica associada a alguma comida: o Alê lembra pavê
porque ele adora; a Rita lembra brigadeiro porque sempre lembra deles, além de
comer; meu avô que já faleceu lembra pizza porque fazia a melhor pizza do
mundo; o Giuseppe lembra tiramisú porque faz o melhor da América Latina, só na
Itália tem do mesmo nível.
Só comendo temos a
dimensão do nosso corpo, da nossa vida. A fome, que nos habita as entranhas,
nos assalta: somos espelhos dos nossos desejos. Minha memória é cheia de amor
em forma de bombom sonho de valsa, picolé de limão e paçoca Amor, churrascos,
almoços tão diversos e prazerosos.
A
história do corpo sem a felicidade do alimento é preto e branco. Tem um
silêncio enorme em mim quando penso em quem tem fome crônica.
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