terça-feira, 10 de abril de 2012

Novembro

Por Denise Fernandes


          O sol me disse que
          um pouco de vento não
          me faria mal.

          Passei um café.
          Com fé e as dúvidas.
          E agora, Senhor?
          E agora?
          A realidade.
          A felicidade.
          A dor lavada, renovada,
          Calada, acalentada.
          Deve ter sorriso escondido.
          É novembro: o sol não passa
          E eu me lembro até do que era melhor ter esquecido.
          O céu escreve um outro dia.
          Minha memória é uma casa cheia de fantasmas.
          Tenho outros pensamentos.
          Outra nudez, outra história,
          Mas ainda sou a mesma em novembro.
          Mesmo que eu me canse de ser eu,
          Coberta por véus que ainda não são eu
             Vinte mil máscaras para a sociedade
          Há uma multidão de eus que dentro de mim apenas observam...
             O que esperamos?

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