sexta-feira, 6 de abril de 2012

Condomínio Agora

Por Sérgio Bernardo


O monstruoso edifício,

a pressa nos elevadores

engole gentilezas diárias.

O bom-dia se perde

esmagado pelos decibéis

dentro de ouvidos adolescentes.

O esfregão do zelador

trafega entre a urina dos cães

e a terra solta por sapatos.

Ninguém desacelera os passos

para admirar um vaso com violetas

que a mulher do síndico trouxe de uma festa.

Mora-se ali:

viver seria uma outra coisa.

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