sábado, 11 de fevereiro de 2012

Antropologicamente

Por Flávia Marques


Os olhos apertados, à espreita,
Cuidadosamente escondidos
Na penumbra,
Perscrutam o universo
À frente
Com o interesse dos caçadores.
Dos caçadores que não voltam
Para casa famintos.
A presa
Atravessa seu caminho
Com o rebolado e a imprudência
Que só as presas tem.
Os olhos esperam pelo momento certo,
Pelo instante no qual
Irão encurralar seu alvo.
E o alvo bebe um drinque
Que deixará sua carne
Mais leve e saborosa.
Os olhos se aproximam e,
Quase no mesmo instante
Levam a presa consigo,
Para a escuridão da noite.


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