segunda-feira, 24 de agosto de 2020

poesia sem cio

Por Ana Paula Perissé




deixa-me ao vazio
assim,
batida de frente
com o inapreensível que se foi.


baila-me ao crepúsculo
juntos aos deuses decantados
que me abandonam
sem dedicatórias profanas.


porque depravados de torpor
ao úmido de ontem, cheiros
sujam o corpo do poema
fossilizado em velhos cios,
deixa-me só. e à espreita de uma
espera bem partida
.
eu tenho um cadeado e um
desinfetante de palavras
mancas


( quero teu outro cio)

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