domingo, 2 de agosto de 2020

Desejos

Por Oswaldo Antônio Begiato




No princípio
ela quis apenas
um instante.


Depois,
quando o céu
era tocável,
desejou muito
o perfume
das horas.


Mais tarde,
cheia da esperança
de quem nasce
livre,
suplicou pelo olhar
da vida inteira.


Algum tempo mais,
radiante
como uma noiva
virgem,
morria pela promessa
de eternidade.


Quando a última lágrima
chegou,
feliz como cuitelinho
diante do açúcar,
ela se entregou escrava
de corpo
e alma
ao amor temporal.

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