segunda-feira, 3 de agosto de 2020

exílio

Por Ana Paula Perissé




move-te
pois te quero
vivo e imenso
dentro de mim


olha-me
como se te fosse
mais viva ainda,
vadia
esgarçada de tensão
e quentura de poros
em ódio-amor.
sou tua cara
de sombra e de viço,
molhada em teu corpo
exílio de mundo.


faça-me longe,
apenas perto de ti, e só.
tuas marcas e cicatrizes
à minha pele
estão seguras.
e arranhadas.
beijadas por língua
etílica.


Diga-me
em sons ofegantes
que a hora se faz imóvel
atalhos de início da noite.
infinito pequeno
porque só nosso,
1´roteiro e envoltório
de nossos abismos
singulares
.
me coma.

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