quinta-feira, 31 de março de 2016

Simultâneo

Por Daniella Caruso Gandra




Somos simultâneos à medida que pontuamos. Nos espaços que por ora nos habituamos, exclamamos, como se por um fio estivéssemos; para sonorizar o que por dentro pausamos. 


Nas incertezas que lado a lado, aos poucos, interrogamos, nem sempre ao encontro do que esperamos, pois, ansiosos, à estaca zero retornamos. 


É quase sem querer: somos levados a compreender que não tem por que substantivar o que nos é característico. É só um jeito de ser, muito camarada, pouco rasteiro, mas ainda frágil, já que se rompe fácil. 


Embora estejamos constantemente raciocinando, é na emoção onde mais nos gostamos. Por prazer, atenção prestamos. De que adianta viver de queixumes, sem enfeitar com flores os rios que transbordamos? 


E a cada dia, nas rasas mortes que vivenciamos, como sentinelas, vamos acomodando o bem e o mal. Por dentro e por fora. Aprendendo a incluir o amargo nos momentos doces. Neutralizando o que fomos ontem.

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