Por Meriam
Lazaro
A lista
provisória já deu oito voltas da Terra a Lua. Brincadeiras à parte, há mulheres
que sabem o que querem e as que dizem uma coisa e querem, na verdade, o oposto
do que falam. Dizem que foi isso que levou o Dr. Freud a estudar a histeria e o
que pode levar muitos a pensar ser insolúvel a questão acima, mas não se pense
que a incoerência é prerrogativa das mulheres.
Enquanto
atualizo a minha lista de quereres, falarei de umas coisinhas que ocorreram na
cidade na última semana de fevereiro. Afinal, se alguém quiser matar a charada
que ressuscite o Dr. Freud.
Como é difícil
tomar partido em determinadas situações. Alguém já pensou que nem sempre
devêssemos? Pesa muito a imagem de pessoas do bem, que temos de nós, para
seguirmos manipulados não só pela mídia, mais, ainda, pelos que nos são
próximos. Em “A festa da insignificância”, um personagem de Kundera já disse
que no novo milênio o mundo será governado pelos umbigos.
Foi assim que se
deu a bravata das meninas, no alto de sua liberdade (e, assim espero, da
correspondente responsabilidade), para utilizarem short curto na escola, uma
boa escola. Gostaria de dizer que esse quê está mais para pais do que para
mestres e que, por absoluta incompetência sobre filhos, silencio por aqui. Como
não vi o filme, não posso opinar.
Soube também da
rescisão de contrato de prestação de serviços de 170 brigadianos pelo Governo
do Estado, e, aqui nem vou fazer conjecturas sobre o aumento da violência e da
insegurança nas cidades. É que às vezes brinco de Poliana e cismo: bem que
poderia sobrevir alguma ordem do caos..., mas esse brincar não preenche a
frase.
O IBGE corrigiu
o mapa e onde se lia lago, leia-se rio, ficando assim definido que o Guaíba é rio.
Parece a insignificância da semana, mas não. No caso dos rios, a legislação
considera até 500 metros junto às margens como área de preservação permanente e
com isso há restrições de obras nessa área. Espero que com esse “canetaço” se
consiga o que o berreiro geral não conseguiu, que é embargar as obras do cais
da Mauá.
Na orelha do
livro “Felicidade Clandestina”, que terminei de ler em fevereiro, o editor
menciona que, desde o início, Clarice Lispector recusou a escravidão dos
gêneros. Sabe aquela dúvida que todos têm, se o texto é conto ou crônica? Pois
bem, não importava para a escritora. Mas ela era Clarice e eu aqui me reservo o
direito de ficar à margem do papel tanto quanto a minha insignificância o
permita.
Não serei menos
feminista por não defender esta ou aquela “opinião formada sobre tudo, tudo”,
como na metamorfose de Raul, nem deixarei de sonhar que aquele recorte
azulzinho à janela, que há pouco ganhou o direito de ser chamado rio, está
ligado com todas as gotas ao oceano.
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