domingo, 27 de março de 2016

A Rosa de Nosso Eterno Amor

Por Oswaldo Antônio Begiato




Naquele domingo à tarde,
em que todas as criaturas
se encantavam em calcular
a Unidade Astronômica
você me encantou com a ideia
de construirmos uma flor.


Você faria o projeto
da semente, da brotação...
A mim caberia fazer
a fórmula do perfume,
e o voto de eternidade.


E nós chamá-la-íamos de
A Rosa de Nosso Eterno Amor.


Mas veio a segunda-feira
e com ela os homens frios,
com seus tratores pesados,
com suas mantas de asfalto,
nos enfeitaram com flores
construídas de plástico
e nos puseram no andor,
no andor cheio de passos,
cheio de passos alheios.

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