quinta-feira, 3 de setembro de 2015

É o que há

Por Daniella Caruso Gandra


Imagem: Gabriele Münter


Há que se ter uma mão ao liquefazer a dor nos olhos, na hora da aflição, no derramar do próprio cálice que se toma. 

Há que se experimentar a perda, daquilo que nunca, de fato, foi pertencido, do jeito mais indulgente, clemente para consigo. 

Há que se expor aos julgamentos, mas sem abortar os sentidos mais puros, menos egoísticos. 

Há que se revisitar, em necessidade, os motivos de certas convergências que até hoje algum tempo devotam. 

Há que se refutar ilusões tão queridas pra não desmerecer a sina. 

Há que se pacificar ânsias, rebeldias, situações inconclusivas, brecando a boca e toda e qualquer ação maldita. 

Há que se espaçar pouco do sofrimento como se frescor fosse, ao varar todo e qualquer malsucedido momento. 

Há que se valer do ontem, do agora, pro até já ser bem mais do que só um racionalizar.

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