Por Meriam Lazaro
Lugarejos? Vários. O lugar onde nasci é hoje apenas uma marca no mapa e a
lembrança da olaria, cujo barro servia de massa de modelar. Viagens
para outras praias de areia brilhante que refletia o azul no fundo das
águas. Em todas havia mangue, garças, guarás, chuva, sol... O sol não
gostava de ocasos nessa época. Brilhava sempre e eu com ele girávamos
giros-sóis, petecas, piões, bambolês. Depois, a cidade morena de Belém
do Pará sob a chuvinha serena da tarde. Chovia letras, música (muita!) e
desenhos no papel. Dos frutos, de nomes engraçados, pouco vejo por
aqui, mas ainda sinto o cheiro e a água na boca: pupunha, açaí, cupuaçu,
bacuri, uxi, mari, jenipapo, jaca, buriti, murici, taperebá, ingá...
Jambo! Era lindo feito coração. De Norte a Sul, tantos quilômetros
depois, a cidade de renascença. A cidade onde nasci é um repositório de
memórias alegres, tristes, boas, más, todas as sendas onde se movimentam
pessoas. Algumas, eu toco. Outras se perderam no pôr do sol. Deu
saudade. Corta!
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