Por Denise Fernandes
O que acho
de você?
Esse é o
tipo de pergunta que não gosto de responder.
Mas, pois
bem, posso tentar (numa forma poética):
te amo e
não te amo.
O que mais
gosto de você
é que não
me escutas.
Lá, dentro
de mim, fica falando uma voz
que não
ouves.
Tens uns
olhos expressivos:
nem sei se
de morte, ou, de bebê chorando.
E quando te
escuto, tua voz me dói.
Tem hora que és de manhã,
Tem hora que és de manhã,
sol,
girassol, tens tanta alegria
(me acolhe)
Tem hora
que és inverno, noite,
tanta
agonia.
O que acho
de você, não acho.
E se, a
toda hora, te invento.
Se me
perguntas, e falo de ti,
ou do que
percebo de ti
ou de mim
e quase que
berro, falando de mim
no
espelho-inferno:
és falsa,
és falsa,
ó santa
criatura invernal.
Nenhum comentário :
Postar um comentário