Por Mayanna Velame
Sim, um dia a gente cansa. A gente cansa de ser bonzinho.
A gente cansa de ir atrás daqueles que nos desprezam.
Um dia, nosso coração aprende a ser duro e rochoso. Um
dia, nossa alma se torna fria, calculista, racional.
Amar é sempre um risco. Hoje somos amados mas, amanhã,
não se sabe. Incógnita perfeita. Os sentimentos, quando oscilam, demonstram
insegurança. Areias levadas pelo vento...
É exatamente aí que o coração sofre, padece. Perder um
grande amor é perder um pedaço da gente. É perder um pouco da esperança. É esborrachar-se
no chão.
Mas a vida, cedo ou tarde, se reconstrói. Algum dia, os fragmentos
se juntam e voltam a formar um novo coração; que será capaz de amar novamente. Enquanto
isso não acontece, reconhecemos: o amor tem dessas coisas.
Com o tempo, não seremos mais novidade para quem amamos. Viraremos
rotina. O encanto vai se desfazer. O telefonema, no final do dia, não fará tanta
falta. As mensagens e declarações não receberão mais pontos de exclamação. Serão
respondidas em monossílabos secos.
O monólogo amoroso se inicia assim. O “Te amo” é apenas
um grito, perdido no labirinto do coração.
Sentimentos vêm e vão. São pássaros que, timidamente,
pousam em nosso ninho. Fazem morada por um momento e depois voam. Quem sabe, numa
próxima estação, eles retornam.
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