Por
Mayanna Velame
Sempre
admirei a palavra “talvez”. Não necessariamente por causa da escrita. Mas
justamente pela semântica, ou seja, pelo significado que ela traz consigo. Na
Língua Portuguesa, “talvez” classifica-se como advérbio de dúvida. E a dúvida,
sem dúvida alguma, é a mãe da ansiedade (e de toda angústia).
Entre
o sim e o não, existe o “talvez” neutralizando respostas que desejamos ouvir ou
ler. É o talvez que nos comove, sucumbe o juízo e a razão.
Um
“talvez” camufla verdades e mentiras. É o meio-termo, o “x” da questão, a
omissão dos fatos, a incógnita perdida, a fala indecisa.
O
fato é que a vida está cercada pelo “talvez”. Tal palavra continua impregnada nessa
finita existência: “Talvez sejamos felizes”, “Talvez encontremos o amor de
nossa vida”, “Talvez”...
Diariamente
vivemos entre incertezas futuras, probabilidades, ausência de garantias. Tudo
isso promove desconforto e insegurança. Contudo, nas nebulosidades circundantes
– ministradas pelo “talvez” – encontramos motivação para aproveitarmos cada
dia, minuto e segundo como se fosse a última chance.
Quando
o “talvez” impera na mente, é hora de agirmos. Precisamos tomar atitudes;
ganhar coragem e confiança. A falta de convencimento, em certas ocasiões, nos
anula.
Talvez
essa crônica não tenha sentido. Porque o sentido do “talvez” possui mão dupla.
São as regras da vida que, constantemente, se sobrepõem entre nós.
Escrevemos
nossa história a todo instante. Somos autores, ou coautores, da vida. E, sendo
assim, esperamos que o “talvez” não esteja escrito no último capítulo da existência
(para expressar o que poderia ter sido e não foi).
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