sexta-feira, 18 de abril de 2014

Talvez

Por Mayanna Velame
 
 
 
 
Sempre admirei a palavra “talvez”. Não necessariamente por causa da escrita. Mas justamente pela semântica, ou seja, pelo significado que ela traz consigo. Na Língua Portuguesa, “talvez” classifica-se como advérbio de dúvida. E a dúvida, sem dúvida alguma, é a mãe da ansiedade (e de toda angústia).

Entre o sim e o não, existe o “talvez” neutralizando respostas que desejamos ouvir ou ler. É o talvez que nos comove, sucumbe o juízo e a razão.

Um “talvez” camufla verdades e mentiras. É o meio-termo, o “x” da questão, a omissão dos fatos, a incógnita perdida, a fala indecisa.

O fato é que a vida está cercada pelo “talvez”. Tal palavra continua impregnada nessa finita existência: “Talvez sejamos felizes”, “Talvez encontremos o amor de nossa vida”, “Talvez”...

Diariamente vivemos entre incertezas futuras, probabilidades, ausência de garantias. Tudo isso promove desconforto e insegurança. Contudo, nas nebulosidades circundantes – ministradas pelo “talvez” – encontramos motivação para aproveitarmos cada dia, minuto e segundo como se fosse a última chance.

Quando o “talvez” impera na mente, é hora de agirmos. Precisamos tomar atitudes; ganhar coragem e confiança. A falta de convencimento, em certas ocasiões, nos anula.

Talvez essa crônica não tenha sentido. Porque o sentido do “talvez” possui mão dupla. São as regras da vida que, constantemente, se sobrepõem entre nós.

Escrevemos nossa história a todo instante. Somos autores, ou coautores, da vida. E, sendo assim, esperamos que o “talvez” não esteja escrito no último capítulo da existência (para expressar o que poderia ter sido e não foi).
 

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