sábado, 12 de abril de 2014

A serviço de Sua Majestade

Por Meriam Lazaro
 
 

 
Diante da página branca, me ponho a serviço de Sua Majestade. Sei que ela me confortará, mas não sei o que será dito. Ainda assim me dedico a escaramuças. Não é sempre que recebemos a visita do leão. Como aprendi a máxima de que todo problema traz em si a solução, busco calma. No roteiro de sábado, passar roupas, organizar papéis, começar a leitura de um novo livro. Nada, porém, me faz esquecer o desafio de garras afiadas. À noite haverá o baile da cidade, que minha amiga, Clarice, pensa que é para ela, também ariana do mês de março, com alguns séculos a menos que Porto Alegre. Logo mais quero estar tranquila para a festa. Talvez a máxima não seja para tudo... Que fazer? Matar o tempo antes que a preocupação me mate. Exagerado era o Cazuza. Por falar em morte, lembrei-me de outras duas amigas, Ana e Célia, que diziam querer viver somente até os 50 anos, pois tinham horror às limitações da velhice. Já ultrapassaram a marca e, no entanto, estão por aí bem faceiras com seu sonho fracassado. Um assunto leva a outro, lembrei-me que também já ultrapassei a minha marca. No meu caso, achava lindo morrer aos 23 anos. Não sei a razão de expectativa tão abaixo da média. Caso você não tenha percebido, não obtive sucesso. Neste mundo, onde o sucesso é supervalorizado, até sonhei com um luminoso em neon: A Fracassada... Pronto. Não é que uma das amigas citadas, a Célia, é fera em domar leões?! Sua Majestade, a Palavra, trouxe-me mais uma vez a calma esperada. Agora, é pôr os Beatles para tocar e divertir-me com o roteiro do dia.
 

Nenhum comentário :

Postar um comentário