quinta-feira, 17 de abril de 2014

Homem gigante e povo formiga

Por Cláudia de Villar 

 

Homem gigante caminha
Pelas ruas da cidade,
Se mistura e se sobressai,
Pois é gigante.
 

Homem gigante tem.
Tem o metal, tem o poder,
Tem o domínio de outro ser,
Pois é gigante.
 

Homem gigante
Que tem o lazer, que tem o acesso,
Que tem o sucesso,
Pois é gigante.
 

Homem gigante
Se mistura entre o povo formiga.
Que trabalha, que batalha,
Que se espalha, que se joga,
Que se expõe.
Povo formiga que toca o bonde,
Que luta, que sofre,
Que chora, que grita.
 

E que grito doído tem o povo formiga!
 

Enquanto isso...
O homem gigante
Se distrai
Esquentando a água para jogar no formigueiro.



Nascida em Porto Alegre, é graduada em Letras.
Atua como professora, escritora e oficineira. É colunista em veículos
como Jornal de Viamão, Jornal Zona Sul e Revista Zona Sul.
Também colabora no site literário Homo Literatus e no portal Artistas Gaúchos.
Possui oito livros publicados, sendo sete deles voltados ao público infanto-juvenil.
Para maiores informações, visite o site pessoal da autora.

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