Por Denise Fernandes
Lembro que ele sempre
sabia qual poema era para ele – e para os outros.
E isso foi razão de
brigas.
As metáforas antes revelam
do que escondem.
Mas sinto falta de alguém
que me leia como se procurasse pistas do meu amor um pouco impossível.
Há, em toda essa liberdade,
a ausência do olhar que procura. Passos e visões que só contarei se quiser. Dias
de um azul que verei só.
Nenhuma disputa. E sinto
menos vontade de acreditar que será possível o impossível. Talvez eu durma
depois do almoço, longe de um corpo que perturba. Posso preferir margaridas a
rosas, posso amar ou não.
Pode ser que seja meu
inferno astral, uma vontade enorme de abraçar surgiu. No céu, algumas estrelas
na cidade realmente vigiam o infinito. Vou fazer jantar só para mim e acordar
para um dia sem graça, com TPM ou menopausa, e as mesmas notícias em todos os
jornais.
Depois escolho sonhar; e
não há nada de estranho nisso. Além de sonhar, escrever. Sim, escrever vários
mundos, com seus relevos e saudades.
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