Por Mayanna Velame
Adoro animais de
estimação. A presença desses anjinhos de pata deixa a nossa rotina mais alegre,
divertida e colorida.
Quem não gosta de ser
recebido com uma lambida amistosa nas mãos ou no rosto, após um dia cansativo e
estressante? Ou, então, quem não gosta de sentir um felino manhoso roçando seu
bigode longo e pontudo entre as pernas? Uma casa com animais se torna
extremamente mais afetiva.
Acontece que o amor
por nossos companheiros nem sempre é compartilhado. Nas redes sociais, e em
outros meios de comunicação, são recorrentes os relatos de abandono e violência
contra esses seres tão inocentes.
Eu, por exemplo, já
retirei da rua dezenas de filhotes de gato, que são desprezados pelos ex-donos
aqui perto de casa. É lamentável ver até que ponto a crueldade humana pode chegar.
No entanto, não houve episódio tão marcante e impactante como o que ocorreu com
essa cronista, num certo entardecer de domingo.
Depois de ouvir alguns
gemidos, que mais pareciam um pedido de socorro, eu e meu irmão encontramos – num
terreno baldio próximo à minha residência – um cachorrinho de médio porte,
abandonado em uma caixa de papelão. O cãozinho encontrava-se agonizando; e com
o corpo literalmente trêmulo.
Pensei e ponderei: por
mais que aquele animal não fosse meu, ele não merecia continuar sofrendo
daquele jeito. E assim, ao chegar à clínica, a veterinária proferiu seu
diagnóstico. O cachorrinho estava com um vírus incurável no sistema neurológico.
Além disso, o risco de transmissão para os outros cães agravava a situação. Não
havia chance de vida. O que restava era a eutanásia ou esperar, dia após dia,
pela sua morte. Senti-me desolada naquele momento, a ponto de decidir entre o
sofrimento do animal e o cessar de toda sua perecível vida. Descobriu-se então que,
na verdade, o cachorrinho era uma cadelinha. E mesmo diante da circunstância, ela
foi batizada como Vitória.
Minutos
depois, a injeção letal foi aplicada na patinha direita. Vitória,
paulatinamente, já não respirava mais ofegante. Seus gemidos cederam lugar ao
silêncio. Apenas seus olhos lacrimejavam. Reluziam da mesma forma que o olhar
marejado da veterinária.
Nenhum comentário :
Postar um comentário