sábado, 14 de setembro de 2013

Relógio

Por Meriam Lazaro
 

 
 
Ó relógio, tens a fome
 
Das horas que apressam o tempo...
 
Já não sabes que é o agora,
 
Do amanhã, esquecimento?
 
Suspenso em teu próprio peso,
 
Vês da casa o itinerário,
 
Do carrilhão a leveza,
 
Da História o abecedário.
 
Tu pontuas na parede,
 
Com teu olhar arbitrário,
 
A fome de quem tem sede,
 
A corda do calendário.
 
Ó tic tac sem alma!...
 
Que imita meu coração,
 
Teu pêndulo só não cala
 
No peito esta solidão.

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