Por Denise Fernandes
“A casa está morta?
Não; a casa é um fantasma,
um fantasma que sonha
com a sua porta de pesada aldrava,
com os seus intermináveis corredores
que saíam a explorar no escuro os mistérios da noite
e que as luas, por vezes,
enchiam de um lívido assombro...
Sim!
agora
a casa está sonhando
com o seu pátio de meninos pássaros.
A casa escuta... Meu Deus! a casa está louca, ela não sabe
que em seu lugar se ergue um monstro de cimento e aço:
há sempre uma cidade dentro de outra
a esse eterno desentendido entre o Espaço e o Tempo.
Casa que teimas em existir
- a coitadinha da velha casa!
Eu também não consegui nunca afugentar meus pássaros“
(Mário Quintana)
Eu também não consegui
afugentar meus pássaros.
Longe de lá, mais perto de ti
Nem assim, nem como estava
um buraco dentro de mim morava
oca como uma caverna, os pássaros
lá entravam e quando saíam, cantavam
e eu lá ficava enquanto se encantavam
seres do mar e do ar
seres da selva e do lar
rascunhos da Terra.
Também conheço essa casa fantasma morando muitas vezes nela
quando ligo o rádio é também
pra não escutar o zum-zum dos fantasmas.
E essas flores na casa querem provocar poemas,
cenas de amor, sonhos.
Adorei! Também curto muito o autor Mário Quintana.
ResponderExcluirE o seu texto ficou muito bom, parabéns!